domingo, 1 de abril de 2012

O TOQUE DO TEMOR: EXTRAINDO O PODER DE DEUS


O assunto dessa mensagem será baseado em uma experiência vivida por uma mulher diante de Cristo. Muitas mulheres estiveram diante de Jesus! (Você deve ter exclamado introspectivamente aí). Mas, uma atitude fez dessa mulher, alguém diferente de todas as outras: o temor. Estou falando da mulher do fluxo de sangue, mas, antes de falar dela, se faz necessário entendermos a sua condição perante à sociedade. Como poderemos fazer isso? Analisando a forma como ela estava inserida na lei. Sendo assim, eu gostaria de usar o livro de Levítico como base prá essa análise (capítulo 15:19-30):

19  Mas a mulher, quando tiver fluxo, e o seu fluxo de sangue estiver na sua carne, estará sete dias na sua separação, e qualquer que a tocar, será imundo até à tarde.
20  E tudo aquilo sobre o que ela se deitar durante a sua separação, será imundo; e tudo sobre o que se assentar, será imundo.
21  E qualquer que tocar na sua cama, lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo até à tarde.
22  E qualquer que tocar alguma coisa, sobre o que ela se tiver assentado, lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo até à tarde.
23  Se também tocar alguma coisa que estiver sobre a cama ou sobre aquilo em que ela se assentou, será imundo até à tarde.
24  E se, com efeito, qualquer homem se deitar com ela, e a sua imundícia estiver sobre ele, imundo será por sete dias; também toda a cama, sobre que se deitar, será imunda.
25  Também a mulher, quando tiver o fluxo do seu sangue, por muitos dias fora do tempo da sua separação, ou quando tiver fluxo de sangue por mais tempo do que a sua separação, todos os dias do fluxo da sua imundícia será imunda, como nos dias da sua separação.
26  Toda a cama, sobre que se deitar todos os dias do seu fluxo, ser-lhe-á como a cama da sua separação; e toda a coisa, sobre que se assentar, será imunda, conforme a imundícia da sua separação.
27  E qualquer que a tocar será imundo; portanto lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo até à tarde.
28  Porém quando for limpa do seu fluxo, então se contarão sete dias, e depois será limpa.
29  E ao oitavo dia tomará duas rolas, ou dois pombinhos, e os trará ao sacerdote, à porta da tenda da congregação.
30  Então o sacerdote oferecerá um para expiação do pecado, e o outro para holocausto; e o sacerdote fará por ela expiação do fluxo da sua imundícia perante o SENHOR.

  Repare que, segundo a lei, aquela mulher era imunda. Ainda que os outros não a pudessem identificar como tal, ela sabia disso! Havia um período de imundícia na vida de toda mulher... Mensalmente elas tinham pelo menos 14 dias de separação (sete do período separativo, e mais 7 dias a partir do fim de seu fluxo mensal), ou seja; aquela mulher viveu 12 longos anos de imundície, visto que ela não podia fazer o sacrifício de purificação, pois seu fluxo era constante. Ela vivia no tempo da lei, portanto, ela estava debaixo da lei... Ela sabia que qualquer coisa que ela tocasse se tornaria tão imunda quanto ela. De posse dessas informações, eu quero explanar a minha visão acerca do poder extraído de Jesus por parte daquela mulher.
  Vejamos Matheus 9:20-22 para que possamos nos situar:

20  E eis que uma mulher que havia já doze anos padecia de um fluxo de sangue, chegando por detrás dele, tocou a orla de sua roupa;
21  Porque dizia consigo: Se eu tão-somente tocar a sua roupa, ficarei sã.
22  E Jesus, voltando-se, e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E imediatamente a mulher ficou sã.








  Aquela mulher tinha consciência de que, pela lei, ela estava imunda, e que não poderia tocar em ninguém, para que não viesse a ser um veículo de contaminação. Pois bem, Jesus estava a caminho da casa de Jairo com a missão de ressuscitar sua filha, e no trajeto entre o lugar de Seu encontro com Jairo e sua casa, estava alguém que havia gasto todo o seu dinheiro em busca de cura para uma enfermidade, e esse alguém sabia que Jesus passaria por ali... Certamente, já ouvira falar que estava a caminho um homem que expulsava demônios, fazia sinais e maravilhas, e que poderia fazer em sua vida o que nenhum médico conseguira fazer há dose anos: curar-lhe.
  Tentemos nos imaginar como testemunha oculares dessa episódio. Imagine uma mulher debilitada, anêmica e suja (naquele tempo não existia absorvente)... Jesus chega ao alcance dela, mas, em redor Dele há uma multidão que O aperta e o faz andar com dificuldades... Como romper esses obstáculos? (Deve ter se perguntado ela)... Pela frente serei identificada ou pisoteada devido a meu estado... Pelos lados há muitas pessoas disputando posição... Já sei... Vou tentar por detrás... Mas, como chegar até Ele sem ser impedida, visto que muitos o cercam? E quanto à minha condição... Se tocá-Lo o contaminarei! Já sei... Se tão-somente eu tocar na orla do Seu manto, serei curada.
   O que curou aquela mulher foi a oração? Foi a campanha? Foi o propósito financeiro? Há algo errado nessas coisa? Claro que não! Mas, no caso dessa mulher, algo foi determinante para que ela viesse a ser curada: o cuidado em não contaminar o corpo de Jesus... O temor.
   Sabemos que Jesus estava cercado por pessoas O tocando, mas, no meio de todas aquelas pessoas havia uma que levou em conta, primeiramente, quem Ele era antes de levar em conta o que Ele podia proporcionar-lhe. E essa atitude a diferenciou das outras pessoas que ali estavam (até mesmo de Jairo). Deus é misericordioso... Ele nos dá coisas que não merecemos, sem levar em conta o que somos... Agora, quando em nosso relacionamento com Ele, saímos do natural e comum, conseguimos extrair Dele um poder infinitamente maior do que aquele que Ele dá incondicionalmente a todos pela Sua graça.
   Aquela mulher foi curada não apenas pelo fato de onde Jesus passar curar àqueles que necessitavam de cura, ela foi curada pelo fato de ter provocado sua cura... Isso mesmo... Ela extraiu poder de Deus.
   O que nos diferencia, como igreja, dessa mulher nos dias de hoje? Queremos o favor de Deus... Queremos cura, libertação, salvação, paz... Mas, muitos de nós, não temos tido cuidado com a integridade do Corpo... Não temos tido temor, reverência, enfim.... Queremos usar o Corpo de Cristo para satisfazermos nossas necessidades, como quem usa o corpo de uma prostituta! A Igreja está sendo utilizada como uma empresa com fins lucrativos...
 Não se leva em conta almas, mas números... A questão principal é quantos membros nós temos no ministério, em vez de como estão os membros de nosso ministério... A briga hoje não é contra o diabo, é contra concorrentes na mídia... Líderes eloquentes, carismáticos... Demonstram não estarem nem aí para pessoas, querem mesmo é conseguir mais tempo nas rádios ou na TV... Não importa se prá isso tenham que passar por cima uns dos outros... Não levam em conta a ética, e sim o objetivo... São inescrupulosos e traiçoeiros.
    Se estou revoltado? Estou. E triste também... Pois estou inserido no meio daqueles que ferem o Corpo também. Faço parte desse Corpo, logo; não há possibilidade de me colocar acima Dele... Quando o corpo padece, padece com ele todos os membros, e eu sou membro. Quando me deixo abater com os escândalos causados por pessoas próximas e distantes (mas que fazem parte do Corpo), e com isso resolvo abandonar a luta, resolvo não me envolver com o verdadeiro objetivo do mesmo aqui na Terra, demosntro que não estou sendo fiel à Cabeça... Não há como ser fiel à Cabeça sem ser fiel ao Corpo.
   Aquela mulher mostrou temor a Jesus, mostrou respeito, zêlo... Ela não fez acepção entre partes do corpo, ela reverenciou todo o corpo... Ela reverenciou a Jesus.
   Nos falta temor hoje, como igreja... Nos falta reverência... Nos falta amor prático à Deus... Por que prático? Porque teórico é mole ter... Falar é fácil! É muito fácil dizer que amo a Deus, sem respaldar essa declaração amando o que Ele ama... Quando amamos o que Ele ama? Quando colocamos o alvo do Seu amor em primeiro lugar na escala de conquistas. Que alvo é esse? Pessoas.

   Já ouvi de muitas bocas, que hoje pessoas estão sendo usadas e coisas estão sendo amadas... E vejo que isso tem acontecido em muitos lugares. Essa inversão de valores tem nos impedido de extrair de Deus o poder necessário para vencermos os nossos inimigos em relação à nossa missão.
   Aprendamos juntos, irmãos, a não criarmos mais inimigos do que já temos nessa guerra... Já não basta o diabo! Aprendamos com a mulher do fluxo de sangue, que, acima do que Deus pode nos proporcionar, deve estar o que Ele é prá nós. Aprendamos com ela que o temor a Deus é, não apenas o princípio da sabedoria, mas, é também o segredo para que obtenhamos a virtude que nos curará, nos libertará e nos capacitará a identificarmos os lobos infiltrados no aprisco e a cuidarmos de Seu maior tesouro aqui nesse mundo: o ser humano.

A PERFEITA IMPERFEIÇÃO

 De repente me bateu um constrangimento... Comecei a meditar na atitude de Deus em comprar aquilo que para o mundo não tinha nenhum valor, p...