terça-feira, 2 de agosto de 2011

DISCERNINDO O GOSTO DA NOSSA ALMA

Às vezes chega uma fase em nossa caminhada cristã, em que a obrigação suplanta a volição no que diz respeito às atividades eclesiásticas. Você já se sentiu dessa forma?

Se não, glória a Deus! Mas ninguém está livre de passar por isso.

Em meio a esse processo de “iceberguização” espiritual, podemos encontrar um protagonista em potencial. Você arriscaria dizer quem é? Antes de te dizer, eu gostaria de te ensinar e/ou lembrar que somos seres tricotômicos (constituídos de corpo, alma e espírito), e chamar a tua atenção para um detalhe importantíssimo: a alma se encontra no centro, ainda que invertamos a ordem dos elementos da tricotomia humana (espírito, alma e corpo) a alma permanecerá centralizada. Isto é, partindo dessa linha de raciocínio a alma funciona como o fiel de uma balança. Essa balança é tendenciosa a pender para o lado do corpo (carne) em detrimento ao lado do espírito. Por que será?

Vejamos Oséias 11:7a, que diz:



Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim;



Desviar-se de Deus é o mesmo que andar na carne, ou não?

Você já parou prá pensar o quão difícil é fazermos algo que esteja ligado às coisas espirituais, quando comparado às coisas naturais (carnais)? Por qual motivo isso ocorre? Seria pelo fato de sermos seres tão ruins? Eu creio que não! Eu procuro ver pelo lado original. Que lado seria esse? A queda do homem.

Existe em nós uma natureza carnal, que, quando confrontada pela espiritual, intensifica a luta para que não venha perder espaço (domínio das ações). A nossa humanidade tem na alma uma grande aliada contra o espírito. Somos seres repartidos e divididos, visto que constantemente estamos em guerra (Gálatas 5:17).

Deus entende a nossa natureza “torta”, porém, Ele não a aceita quando recusamos a Sua ajuda para endireitá-la, por meio da obra do Espírito Santo em nós.

Entre muitas outras coisas, o Espírito Santo foi enviado para acabar com a covardia da carne e da alma contra o espírito. Pense na tua alma como o centro das tuas emoções, consciência e sentimentos... Repare que através da alma sabemos da nossa existência enquanto seres humanos. Ser esse que foi contaminado; o original se desoriginalizou por meio da queda de Adão. Através desse ato inconseqüente, nossa raiz divina foi contaminada. Sabemos que a raiz é a parte responsável pela alimentação de um vegetal, ou seja; analogicamente somos uma árvore cuja raiz foi contaminada e tornou-se pecaminosa. Se a raiz é pecaminosa, todo o corpo é, visto que dela se alimenta.

Sabe qual o principal motivo que leva a alma a juntar-se à carne contra o espírito? A superioridade da carne ante o espírito. Nossa alma é parcial, ela fica do lado mais forte. Sendo assim, a única forma de nossa alma unir-se, nessa batalha, a nosso espírito é aceitarmos de Deus a Sua intervenção a favor do nosso espírito. A inclinação citada em Os 11:7 só pode ser vencida por meio da morte sacrifical de Jesus por nós, e, prá que sejamos beneficiários da mesma, temos que acreditar que não foi em vão, teve vários propósitos, dentre os quais o envio do Espírito que consola, capacita e convence. É impossível conseguirmos agir espiritualmente sem que sejamos auxiliados pelo Espírito Santo.

Jesus é a reforma daquilo que foi deformado. Ele é o caminho, a mão-única que nos guia de volta às origens, a Deus.

Em nossa alma há inclinações carnais, ou seja; a alma se junta à carne com o propósito de pecar com prazer. Por outro lado, a união da alma com o espírito só é possível por meio de sacrifício. Ou seria fácil fazer jejum em meio a um churrasco, ou controlar o olhar diante de suas concupiscências?

A transição pela qual toda alma deve ser submetida (da inclinação carnal à espiritual) por meio da atuação do Espírito Santo é tensa; dá vontade de parar; dá vontade de desistir; dá vontade de “chutar o pau da barraca” (às vezes até prá fazer isso falta força). Será que sou só eu que encontro essas dificuldades? Acho que não!

Ao dissertar sobre esse assunto, eu me baseio não em estudos ou experiências alheias, eu me baseio no que estou vivendo, sentindo, enfim; há propriedade. Essa palavra é de mim prá mim, entende? É Como se fosse uma auto-ministração. Porém, se você que está lendo, se identificar com essas palavras, tome posse! Não é preciso você passar pela experiência... De repente essa reflexão pode ser o instrumento de interrupção à crise pela qual você poderia vir a enfrentar. Que crise? Pode ser de vários tipos, como por exemplo, aquela que é desencadeada pela perda do nosso foco principal que é Jesus. Como isso ocorre? Quando deixamos de olhar para os olhos da Igreja (Onde ficam os olhos? Na cabeça. Quem é a cabeça da Igreja? Jesus.), e passamos a focalizar os membros do corpo (as pessoas). Quando cometemos esse erro, os alimentos da carne são postos à mesa e, conseqüentemente, a mesma se fortalece.

Olhar para nossos irmãos em Cristo requerendo deles perfeição, não pode ser visto como um sonho, e sim como uma utopia. Mas, quase sempre, não pensamos nem agimos assim, muito pelo contrário! Farisaicamente, nós apontamos suas falhas junto com seus efeitos, e não percebemos que muitas das vezes estamos como que diante de um espelho. Reprovamos os outros naquilo que estamos reprovados.

As decepções eclesiásticas nascem de nossos próprios erros, e elas são contagiosas quando compartilhadas. Quando desabafamos com alguém acerca do mal que nos fizeram ou daquilo que nos incomoda em alguém, estamos, na verdade, forjando naquele que nos ouve os nossos pensamentos e a nossa visão acerca do indivíduo acerca do qual falamos, daí nascem os famosos “grupinhos”, as classes dentro da igreja (subdivisões)... A carne se alimenta disso! É tudo o que ela quer! É tudo o que a alma quer para satisfazer suas inclinações. Não nos permitamos mais alimentá-la.

Finalizando essa palavra, a nossa alma é como chuchu, pega o gosto daquilo com o qual se mistura. Qual tem sido o gosto da nossa alma? A forma como nos encontramos, enquanto seres humanos, responde por nós. E, dependendo da resposta, temos uma esperança: O Senhor



Shallom Adonai!

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