sábado, 6 de outubro de 2012

DE QUE IGREJA SOMOS NÓS?


    Ao lermos Lucas 15 (a parábola do filho pródigo) poderemos observar algumas coisas que, se comparadas com os relacionamentos entre nós e os outros e entre nós e Deus (relacionamento crucial: horizontal e vertical), não poderemos classificá-las como mera coincidência.
   Nessa parábola Jesus dá ênfase ao jovem que resolveu pedir a seu pai sua parte da herança a qual tinha direito por ser filho legítimo. Seu pai o impediu de ir embora? Ele o amarrou e o colocou em cárcere privado, não respeitando o seu direito de seguir o caminho pelo qual se propôs a ir? Aquele pai alegrou-se com aquela partida? A resposta é não para todas essas indagações.
    O filho teve liberdade para seguir aquele caminho, mesmo que seus passos estivessem equivocados (como estavam), assim como temos hoje. Ele foi e se esbaldou; deve ter se prostituído, embriagado e, certamente, deve ter sido usado e enganado nessa trajetória.



    Hoje muitos de nós agimos assim... Recebemos a Cristo, temos nossas vidas restauradas, somos abençoados pela intervenção de Deus em nossas finanças, saúde e vida familiar, e resolvemos seguir os passos desse rapaz. Colocamos as nossas bênçãos acima do Abençoador. Como? Quando, assim como ele, deixamos a casa do Pai... Esse é um ponto que une nossa realidade a essa parábola.
    Outra coisa nessa passagem é a prontidão do pai em ir de encontro ao filho. Ele aguardou o seu retorno ansiosamente. Certamente deve ter passado noites em claro, chorando por imaginar as dificuldades pelas quais ele estivesse passando.Vergonha, humilhação e abandono são conseqüências marcantes na vida de quem resolve ser independente de Deus (como se isso fosse possível!).
   Alguns filhos de Deus decidem pedir as suas partes da herança que têm, o Senhor respeita essa decisão (como aquele pai). Ele anseia pelo retorno dessas almas... Assim como o pai daquele jovem, Deus sofre pelos filhos da desobediência, afinal, diferentemente daquele pai, que imaginava as privações e sofrimentos do filho, Ele as vê! Contudo basta darmos um passo em Sua direção, e, assim como aquele pai, Ele vem correndo de encontro a nós!

 



   Prá terminar, tem algo muito sério nesse texto de Lucas 15. O que seria? A indiferença do irmão em relação à volta do rapaz. Além dessa indiferença houve um ciúme infernal que foi mais forte do que a alegria que deveria haver em virtude da volta do jovem para casa. Estarei sendo néscio se afirmar que isso acontece hoje dentro da igreja? Há uma classe no meio cristão que eu denomino "Os Juízes da Última Hora"... Quem são esses? São aqueles que ignoram o perdão de Deus dado àqueles que falharam, e continuam os condenando. Você conhece alguém assim? Vêem os atos de humilhação daqueles que ouviram uma palavra de confronto e a recebeu, mas, em vez de se alegrarem com a resposta à palavra ministrada, por parte daqueles que outrora falharam, preferem trazer à memória as falhas que eles cometeram. Que igreja é essa? Quem é sua cabeça? É Jesus mesmo?
    Essa parábola retrata a expectativa de Deus em relação à sua maior criação: o arrependimento, mas, expõe dois tipos de igreja: a de Deus e a dos homens. Os membros da igreja de Deus recebem o arrependido com festa, numa explícita demonstração de perdão. Já os membros da igreja dos homens rejeitam essa volta, reinvindicam honra, acusam e contestam a alegria da volta daqueles que sofreram por terem sido tolos, mas que se arrependeram... Se entristecem por acharem que com esse retorno perderão espaço, posição e honra. Contestam a alegria de ver alguém que estava morto reviver, numa clara demonstração de que mortos estavam mesmo com aparência de vivos!
     Então... Qual é a nossa igreja, a de Deus ou a dos homens? Paremos e pensemos. Afinal, não há nada que uma boa introspecção não nos revele acerca de nossos erros e acertos! Podemos enganar a muitos, exceto a nós mesmos. Como eu já disse uma vez em outra mensagem: a atitudes é uma linguagem. O que temos dito com as nossas atitudes? De que igreja somos nós?

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