sábado, 15 de agosto de 2015

PREPARAR... APONTAR... FOGO? (Jo 8:3-11)

João 8: 3
Então os escribas e fariseus lhe trouxeram uma mulher apanhada em adultério; e, pondo-a no meio de todos, 4. disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. 5. Na Lei, Moisés nos ordena que tais mulheres sejam apedrejadas. E tu, que dizes? 6. Eles diziam isso para colocá-lo à prova, para terem de que o acusar. Jesus, porém, inclinando-se, começou a escrever no chão com o dedo. 7. Mas, como insistissem em perguntar, ergueu-se e disse-lhes: Quem dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro a atirar uma pedra nela. 8. E, inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão. 9. Ao ouvirem isso, todos foram saindo um a um, começando pelos mais velhos; e ficaram apenas Jesus e a mulher, em pé no mesmo lugar. 10. Levantando-se e não vendo ninguém senão a mulher, Jesus lhe perguntou: Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? 11. Ela respondeu: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem eu te condeno. Vai e não peques mais.
Esse texto é bem emblemático no que tange à posição de Jesus em relação ao pecador. Contextualizando essa passagem, Jesus ensinava ao povo no templo, acerca da Palavra. De forma impetuosa uma indagação veio à minha mente: "Naquele momento, sobre o quê estaria Jesus ensinando?"
Junto com essa pergunta, me veio a resposta: "Sobre adultério!"
Sobre que perspectiva Jesus estaria falando... Da lei ou da graça? Se fosse da lei, o povo não o desafiaria à cumpri-la ali, naquele instante. Sinto em meu coração que a graça estava sendo anunciada ali... Graça que espanta e escandaliza aqueles que se acham juízes, ignorando assim a palavra que diz que não há um justo sequer nesse mundo.
Daí, Jesus ficou diante daquilo que ele falava, de forma literal... Era como se seu ensinamento estivesse sendo ilustrado diante dos olhos de todos. Certamente, as palavras de Jesus não foram aceitas... Perdão... Segunda chance? Que absurdo! Deveria ser esse o pensamento predominante entre os religiosos presentes.
Concernente à tudo o que ensinamos tendo a Palavra como base, Deus trará a ilustração e a oportunidade de vivermos o que ensinamos, se ainda não vivemos. Nesse ponto de vista, aí dos hipócritas, que apontam os erros alheios, condenam, querem que a lei seja cumprida, mas, em grande parte dos casos, são tão ou mais errados do que os alvos de sua condenação.
As pedras nas mãos dos acusadores aguardavam a resposta do cérebro baseada no que seus ouvidos ouviriam de Jesus em relação àquela cena. Uma mulher foi flagrada adulterando. E se Jesus dissesse : "Cumpra-se a lei!"
Ele estaria contradizendo a graça por Ele pregada. E se Ele dissesse: "Solte-a!" A lei estaria sendo desrespeitada. Logo, uma arapuca havia sido armada contra Ele. Mas, a lei aponta para o uso da inteligência, ou seja; pode ser friamente aprendida, decorada. Já a graça não pode ser reconhecida através do intelecto, mas, pela sabedoria, pela revelação vinda do alto, e essa, só Deus pode nos conceder.
Todos pensavam estar prestes a derrotar a Jesus na incompatibilidade entre a teoria e a prática ensinadas por Ele, certamente por acharem que eram baseadas em coisas naturais, inteligência, enfim...
Mas, Jesus não agiu assim, Ele usou algo que falta em grande maioria dos crentes nesse planeta: Ele usou a sabedoria que vem do alto, aquela que não pode ser comprada nem aprendida, mas, doada. É o que precisamos ter para calarmos a boca dos acusadores, que se esquecem de que apontarmos o erro alheio com o intuito de condenar, nos tira o direito de errar.
Com uma única frase de sabedoria Jesus desarmou aqueles que estavam prontos para cumprirem a lei, mas, como cumprir a lei diante Daquele que veio receber sobre si a punição da mesma? A Graça estava ali encarnada, pronta pra ser derramada. Jesus ali, mostrou que tinha um compromisso: receber as pedradas que não foram dadas naquela pecadora.
E hoje? Será que tem sido assim? Acho que não! Se tratássemos os nossos erros tal qual tratamos o erro alheio, certamente seríamos uma nação de suicidas! Afinal, matamos os soldados feridos na batalha da vida, pra que não tenhamos o trabalho de cuidá-los, tratá-los, até que se ergam e cuidem de outros que estiverem passando pela mesma situação.
Aquelas pedras que foram soltas ao chão diante daquela mulher, estão nas mãos de muitos de nós, servos... Preparamos, apontamos e... Fogo!
Que queime no inferno aquele que errou!
Jesus não nos ensinou o caminho da morte, e sim o da vida. Da mesma maneira com que Ele desarmou aqueles religiosos, Ele quer nos desarmar. E isso nada tem a ver com o que muitos de nós temos feito. Temos atirado as pedras da acusação, do desprezo e da imperdoabilidade.
Pra concluir essa palavra, deixemos cair as pedras do juízo no chão, pois geram morte, e acolhamos, não acoitemos, aqueles que por influência, seja lá de quem ou de onde, erraram o alvo e estão debaixo do jugo da culpa, com o intuito de gerarem vida, pois um dia fomos gerados e por isso vivemos.
Quem não tem pecado que atire a primeira pedra!

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