sexta-feira, 29 de julho de 2016

RASGANDO O VERBO

Lendo o livro de Jó eu identifiquei algo muito importante, e que muitos de nós não fazemos... E olha que eu não cheguei nem na metade!

O que foi que me chamou a atenção? A tendência que muitos têm de identificar as crises alheias... Julgamos as atitudes das pessoas, por quase sempre serem chocantes, e não consideramos os motivos que podem estar influenciando tais ações e comportamentos. Jó perdeu familia, bens e saúde e por isso chegou a amaldiçoar seu aniversário... Ele se lamentava... Ele expunha sua angústia por estar passando por uma situação tão deplorável, e essas atitudes escandalizaram amigos e o pouco que restou de sua família (sua esposa).

Na bíblia temos um exemplo cabal de alguém que chocou pela coragem de se expor: Tomé. Esse cara rasgou o verbo e disse que não cria que Jesus havia ressuscitado... Antes de criticá-lo e chamá-lo de incrédulo que tal analisarmos a dor que ele sentiu ao ver seu melhor exemplo de comportamento ser humilhado, torturado, injustiçado e morto? Não é preciso pensar muito!

Os amigos de Jó e sua esposa agiram da mesma forma que os condiscípulos de Tomé... Se escandalizaram com palavras cuja raíz das mesma era decepção, sofrimento e, principalmente, fidelidade aos próprios sentimentos. Isso choca as pessoas, mas, agrada a Deus.

Portanto, está em crise? Viva-a a ponto de expor suas raízes, afinal, não existe cura pra quem não reconhece a própria enfermidade, sejam elas somáticas ou psicossomáticas.

No final de tudo Deus responderá ao chamado de nossa sinceridade desprovida de receios de escandalizar a outrem, e, como fez com Jó e Tomé, virá com cura e restituição. É assim que eu sinto, é assim que eu creio.

Evaldo Souza

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