quinta-feira, 26 de março de 2020

CONDUÇÃO COERCITIVA


O que tem a ver Ló com parte da Igreja do Senhor Jesus espalhada pelos quatro cantos da Terra? Vamos descobrir? Pra isso teremos que examinar as Escrituras. Vejamos o diálogo entre Deus e Abraão a respeito do juízo iminente sobre Sodoma e Gomorra (Leia Gn 18:16:36)


Sintetizando esse trecho da Palavra, Deus anunciou o juízo sobre essas cidades. Por conseguinte, Abraão intercede pelos homens acerca dessa intenção. Lá em Sodoma estava Ló, seu sobrinho. Feita a constatação de que o clamor que chegara a Deus era real, uma contagem regressiva foi desencadeada: Os dias de Sodoma e Gomorra estavam contados.


O Senhor não encontrou 50, nem 40, nem 30, nem 20 e nem 10 justos lá. O Senhor encontrou a Ló! O juízo estabelecido só poderia ser exercido mediante a saída de Ló da cidade. Atente para algo… Como Ló saiu de lá? Vejamos Gn 19:16…


Como, porém, se demorasse, pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o SENHOR misericordioso, e o tiraram, e o puseram fora da cidade.


Repare que eles foram praticamente arrastados pra fora da cidade, ou seja; houve uma condução coercitiva. Ló exitava com sua esposa e filhas… Havia uma demora na tomada de atitude da parte deles, e isso estava impedindo os planos de Deus para aquele lugar.


Uma vez firmada a base, eu quero compartilhar uma reflexão que tem tudo a ver com o que temos vivido no tempo que se chama hoje. Juízo, misericórdia, exitação, coerção… Esses 4 componentes foram utilizados no que se refere a Ló, e hoje… Será que podemos encontrá-los em nosso cotidiano? A resposta é sim!


Vivemos um tempo em que uma unidade de propósito emergiu do caos vivido por nós no que diz respeito a pandemia de corona vírus. Que unidade é essa? Do que se trata? Vida!


Cristãos ou não, todos estão reconhecendo que são impotentes, e que nada podem fazer a não ser se desviarem do furor da doença que assola a humanidade. A Igreja está orando mais… E na medida em que se ora mais, menores são os intuitos, isto é; antes disso tudo que temos vivido, cada igreja (denominação) defendia diante de Deus seus interesses, sua própria verdade relativa, suas visões e doutrinas, enfim… Faltava unidade nas orações.


Hoje há unidade… Há propósito… Todos foram impelidos a olharem para a mesma direção, a orarem por um mesmo objetivo, ou seja; o denominacionalismo foi deixado de lado… As divergências doutrinárias foram rebaixadas diante da emergência calamitosa atual.


Esse clamor tem chegado a Deus sim! Nossa nação é falha, muito falha… Há corrupção... Há profanação… Há escárnio… Mas, há um povo que, a despeito de suas visões divergentes, ora Àquele que é digno de receber a honra, a glória e o louvor. O GRANDE EU SOU.


O que há de semelhante até aqui com a introdução dessa palavra? Chegamos então ao cerne dessa dissertação.


Vivemos tempos em que uma igreja paralela formou-se a partir da Igreja. Como? Saindo da mesma por desentendimentos, escândalos, etc… Em suma, muitos que estão longe da congregação, do ajuntamento, são amados do Senhor. Não pensemos que o fato de eles estarem separados do Corpo fazem deles condenados e descartados pelo Pai.


O Senhor está usando a calamidade pra arrebanhar os desgarrados. Nos aproximamos perigosamente dos tempos do fim. Quem é ovelha do Senhor, ouvirá Sua voz e O seguirá. Só é ovelha quem um dia aceitou a justificação advinda do ato sublime de Jesus na cruz pelo pecador, ou seja; os justos, como Ló era, estão recebendo o mesmo tratamento que a ele foi dado no seu resgate de Sodoma antes que a mesma fosse apedrejada.


Repare em alguns detalhes similares:


  1. Ló era justo como nós, os que recebemos a Cristo.


  1. Ló relutou em sair daquela cidade, assim como muitos estão relutando em sairem do MUNDO (do qual já haviam sido tirados) e em assumirem sua posição diante de suas famílias.


  1. Deus está conduzindo a muitos de nós coercitivamente (como fez com Ló) à resgatarmos o que é ser igreja e não frequentadores de templo.


  1. O juízo de Deus está às portas, como esteve sobre Sodoma e Gomorra


Quatro similaridades que me chamaram à atenção. Dentre elas uma em especial… A terceira... A CONDUÇÃO COERCITIVA que o Senhor está executando sobre muitos de nós.


Condução coercitiva é um termo jurídico que tem a ver com imposição, pra que testemunhas, suspeitos e/ou vítimas apresentem-se à justiça, até mesmo pela força, em caso de desobediência.


Ló demorava a cumprir às ordens dadas pelos mensageiros de Deus, que tratamento ele recebeu? Foi arrastado, juntamente com os seus, pelas mãos. Sob pena de padecerem pelo juízo que seria derramado sobre os ímpios daquele lugar 


Hoje o mundo está pior do que Sodoma e Gomorra; o clamor do pecado fede diante de Deus, tal qual fedia naquela época (quiçá até mais!). E hoje algo muito tremendo aconteceu: Fomos impelidos ao confinamento doméstico. Por uma ameaça real e assustadora de sermos acometidos por um agente invisível e mortal.


Como a igreja (reunião) surgiu? Nas casas. A reunião no templo foi introduzida substitutivamente, não por Deus, mas por homens. O fato de coercitivamente estarmos confinados em casa por conta da ameaça iminente está nos conduzindo à oração e naturalmente à reunião familia, isto é; à restauração da igreja primitiva.


Muitos têm relutado, alguns não voltaram-se pra isso ainda (mesmo que estejam orando), mas, assim como Ló não teve escolha, e teve que deixar-se ser conduzido, assim será com essa igreja fora da congregação, que volta-se pra Deus, ainda que por medo, mas, está se voltando; mesmo que coercitivamente conduzida.


O que tem então a ver essa postura errada de muitos de nós com aquilo que Deus tem feito? É simples… Ou tomamos a atitude de sairmos do mundo condenado ao juízo (a Sodoma e Gomorra de nossos tempos) e conduzimos nossa família pra fora desse mundo (valores, costumes, etc.), ou padeceremos debaixo do juízo que está sobre ele, assim como pareceria Ló e sua família se de sua cidade não fossem tirados.


Podemos aprender muito com essa linha paralela traçada entre Ló e nós… A mulher de Ló nos indica que nem todos poderão ser salvos em nossa casa, se não entenderem o sentido das Palavras de Deus à nós sacerdotes. Digo isso com temor, pois, me identifico com essa realidade infelizmente.


Você que, assim como eu, se sente empurrado a tomar uma atitude concernente à tua família no que diz respeito à conduzi-la à Cristo, permitamo-nos primeiramente sermos conduzidos por Deus para o lugar que Ele determinar, juntamente conosco virão aqueles aos quais temos a missão de cuidar.


Finalizando essa mensagem, a misericórdia exercida em prol de Ló, é a mesma exercida sobre nós na cruz, e continua sendo sobre aqueles que vivem no engano, no que diz respeito à ignorância à palavra, ou à superficialidade e falta de raiz no que tange a congregar no meio de imperfeitos como se perfeito fossem.


Que Deus nos capacite a nos enxergarmos como somos, a saber: totalmente dependentes Dele. Shalom!!!


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